"Não haverá, em nosso acervo poético instantes mais altos do
que os atingidos por este tímido e esquivo poeta."
Carlos Drummond de Andrade
Carlos Drummond de Andrade
Henriqueta Lisboa 1901 - 1985
Hoje venho falar um pouco de Henriqueta Lisboa, mineira de Lambari.
Pouco conhecida do público, mas muito elogiada pela crítica. Tem em sua obra poesia, traduções, ensaios e conferências.
Trocou correspondências com Cecília Meireles, Mario de Andrade e Carlos Drummond.
O interessante de Henriqueta para mim em este ano de 2007 é reencontrar uma poeta que conheci qndo criança. Henriqueta foi uma das primeiras poetas a escrever poemas para crianças. E eu conheci o texto de Henriqueta quando criança, nunca mais li e agora em 2007 reencontrei Henriqueta por acaso e com muita alegria...
Então senhoras e senhores com vocês, Henriqueta Lisboa!
Calendário
Calada floração
fictícia
caindo da árvore
dos dias
Em Reverberações (1976)
Horizonte
Alma em suspiro
pelo encontro
do que fica
sempre mais longe
Em Reverberações (1976)
Esse despojamento
Esse despojamento
esse amargo esplendor.
Beleza em sombra
Beleza em sombra
sacrifício incruento.
A mão sem jóias
descarnada
pureza das veias.
A voz por um fio
desnuda
na palavra sem gesto.
O escuro em torno
e a lucidez
violenta lucidez terrível
batida de encontro ao rosto
como uma ofensa física.
Na imensidade sem pouso,
olhos duros
de pássaro.
Em A Face Lívida (1945)
Não deixem de visitar o sítio de Henriqueta Lisboa e a comunidade de Henriqueta Lisboa no Orkut.
Boas Festas plantadores e leitores da Árvore.
Feliz Natal e um 2008 excelente!
Pedro Pan
5 comentários:
Venho trazer de presente apenas o desejo de que tenhas um Natal de Sonhos, e agradecer por tudo o que escreves aqui, no meu blog, ou em outra parte. Jota Effe Esse
versos curtos, simples e passam espontaneidade. quando li "esse despojamente" me vi fazendo um poema, assim, como se me observasse no ato de escrever, este "amargo esplendor", este "sacrifício incruento". só saberá quem participou de mil paisagens líricas, "na imensidade sem pouso", com "olhos duros de pássaro".
esses mineiros, viu, são reverberações da mais apurada Poesia!
valeu, Pedrô!
Caro Pedro, muito bom, poder inaugurar um novo calendário lendo uma poeta do quilate de Henriqueta - a gente voa, voa, voa... Numa boa, nem dá vontade de pousar. Que venha 2008!!!
~^^ ~Abraço~^^ ~ ~
Diovvani.
Minas
e sua poesia
de alumiar
retinas!
adorei conhece-la!
[]´s
Esses mineiros são todos bons mesmo! Ela, profunda e doce.
E a árvore vai esparramando seus ramos e frutificando.
Beijo Pan, carinhos meus
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