10 de jul. de 2007

Paulo Leminski (1944 - 1989)

Conheci Leminski por acaso. Um dia, vagando pela internet me deparei com um haicai seu, e fui buscar elementos sobre aquele cara que brincava com as palavras de forma apaixonante, e também sobre aquele estilo poético. Daí, foi fácil me fascinar com o tesouro descoberto. Ali, àquele tempo, eu que já ensaiava minhas brincadeiras poéticas, logo absorvi, e me embriaguei naquele universo “unclichê”. Admiro a poesia enxuta, o verso rápido, fatal. Por isso sou fã desse cara que durou tão pouco entre nós, mas, que nos deixou um legado poético muito rico. Assim, aceitando o convite do irmão Diovvani, venho trazer à nossa árvore hoje alguns poemas de Leminski para nosso primeiro deleite.

apagar-me
diluir-me
desmanchar-me
até que depois
de mim
de nós
de tudo
não reste mais
que o charme
______________

o pauloleminski
é um cachorro louco
que deve ser morto
a pau a pedra
a fogo a pique
senão é bem capaz
o filhodaputa
de fazer chover
em nosso piquenique
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parem
eu confesso
sou poeta

cada manhã que nasce
me nasce
uma rosa na face

parem
eu confesso
sou poeta

só meu amor é meu deus

eu sou o seu profeta
______________

Confira
tudo que
respira
conspira

Cinco bares,
dez conhaques
atravesso são paulo
dormindo dentro de um táxi