Tenho o privilégio de conhecer pessoalmente Tonho França. É meu conterrâneo.
Seu nome completo é José Antonio Muassab França. Ele é nascido em Guaratinguetá, em abril de 1965.
Aconteceu-lhe o sucesso com a publicação de seu livro “Entre parênteses” (2002). Em seguida, Tonho veio com “Sinos de Outono”, onde “já delineia seu estilo que se intensifica, sem por isso repetir-se”.
Com seu livro mais recente, “Blues à tarde”, foi vencedor no 1º Concurso de Poesia, realizado na Academia Brasileira de Letras, pela ABRACI, em dezembro, na categoria Profissional, com a poesia que dá título ao livro.
Ministra Oficinas de Poesia e trabalhos voluntários na área cultural para Ongs.
Como ele mesmo afirma: “ Escrevo não para agradar ou convencer. Escrevo o que minha alma grita e meu coração extravasa. Por devoção à Arte, escrevo por ser extremamente a verdade.”
É uma pessoa de trato fácil, de fala mansa. E ele declama. Quando a gente o vê declamando, ele parece se transfigurar... e se transforma ele-mesmo na sua própria Poesia.
Seu nome completo é José Antonio Muassab França. Ele é nascido em Guaratinguetá, em abril de 1965.
Aconteceu-lhe o sucesso com a publicação de seu livro “Entre parênteses” (2002). Em seguida, Tonho veio com “Sinos de Outono”, onde “já delineia seu estilo que se intensifica, sem por isso repetir-se”.
Com seu livro mais recente, “Blues à tarde”, foi vencedor no 1º Concurso de Poesia, realizado na Academia Brasileira de Letras, pela ABRACI, em dezembro, na categoria Profissional, com a poesia que dá título ao livro.
Ministra Oficinas de Poesia e trabalhos voluntários na área cultural para Ongs.
Como ele mesmo afirma: “ Escrevo não para agradar ou convencer. Escrevo o que minha alma grita e meu coração extravasa. Por devoção à Arte, escrevo por ser extremamente a verdade.”
É uma pessoa de trato fácil, de fala mansa. E ele declama. Quando a gente o vê declamando, ele parece se transfigurar... e se transforma ele-mesmo na sua própria Poesia.
Dora Vilela
Ei-lo:
A POESIA VENCEDORA DO I CONCURSO CARIOCA DE POESIA
Blues à tarde ( com flauta doce...)
Pausa à tarde ecoa flauta doce
Pelos canteiros da avenida
Brilha um alecrim-de-angola distraído
O charuto cubano mantém-me sóbrio
Apesar do cheiro de anis
(não aspiro à pressa dos prédios e dos homens)
Os elevadores presos no subsolo
Deixam-me com sensação de liberdade e improviso
(lembram-me blues, solos de blues)
Ainda tenho uma ampulheta,
Uma estatueta de louça
Fotos onde amarelam sorrisos de tantos amigos
(todos ali estáticos como se não houvessem partido)
Um sax americano dos anos sessenta
E alguns selos antigos
(o camelô da esquina vendia-me até sonhos...)
mas o charuto cubano é legítimo
essa lágrima que verte sozinha, é legítima
o verso que hoje não escrevi
fez-se por si e é legítimo
e essa pausa à tarde que ecoa flauta doce,
faz o sol pôr-se em mim, sol em mim
solos de blues,
solos de blues,
solos de mim...
GRÁVIDA _
a moça cálida passeia,
a vida adorna o vestido: lua cheia.
DIAS...
Esvai-se sorrateiro com os dias,
O que nos é mais caro, precioso
Que não se substitui, não silencia.
E assim, continuamos a vida,
Eternizando as ausências,
Como se supríssemos as carências.
(inconsciente anestesia)
Alimentando o álbum de fotografias.
HOJE NÃO TEM POESIA
Mas tem café, bolachas
Pão com manteiga,
Uma receita de bolo
Que era de minha avó-
Hoje não tem poesia,
Sobre a mesa, geléia, torradas macias
Toalha de antigo bordado encontra
O passado sobre a cadeira vazia.
VAI...
Deixe o tempo na varanda,
Faz seu dever de casa,
Não espere, a vida cansa.
Não se alcança nada.
Acredite na moça da esquina,
Que leu sua mão.
Enxuga os olhos na rotina azul
Esgarçada, improvisa um sorriso,
Desce as escadas,
Não repare nos detalhes,
Eles não dizem nada,
Lembra o cheiro das quaresmeiras,
E se conforta.
O destino tem surpresas...
Estão todas depois da porta.
CONCRETISMO...
Vejo-me entre arranha-céus, cinzas
Concretos, luzes, avenidas, semáforos,
Esquinas com perfumes e moças
Pedestres nas faixas
A vida na faixa
Meu rosto não tem marca de nenhum batom
No sobretudo uma rosa vermelha
Um poema de Drummond na ponta da língua
Um piercing tatuado no busto da praça
Um menino dorme no chão
(a vida na faixa: contramão)
No sobretudo uma rosa vermelha
Drummond na ponta da língua
Arranha o céu
Arranha
Em vão
TONHO FRANÇA
Cultivado por Dora Vilela
garimpagem e arte modificada de imagem por Valéria C.
11 comentários:
Cheguei aqui por indicação da amiga Dora Vilela, e fiquei pasmo com tanta poesia. Um abração.
eu gosto demais da doçura... penso que ela e uma grande virtude... uma virtude dos sabios...
gostei da doçura forte de Tonho...
beijo
'Prima' de peixe é peixe também... rss.
Já vasculhei o google e tudo que encontrei do Tonho confirma tua preferência. Gostei muito.
A imagem da Valéria ficou perfeita aqui na 'árvore'.
Carinhos Dora
Olá!
Vim até aqui por indicação da Dora Vilela. Os seus seis poemas expostos são de uma dimensão maior, um apuro poético digno de elogios. E claro que não foi à toa que ganhou o prêmio...Desejo-lhe boa sorte e sempre sucesso!
Um abraço...
OLá!
Vim pela mão amiga da Dora Vilela e em boa altura segui seu conselho.
Paabéns pela forma bela de nos trasmitir sentires que nos apetece saborear...acho que vou trazer cadeira e sentar. :
um abraço
por alguma espécie de crença, certamente oriunda da infância e da lembrança, sei que tonhos jamais serão capazes do feio. e este, frança, reforça esta minha crença. muito prazer, tonho. muito obrigado, dora.
aDorável post, doce descoberta! Grato e feliz por esse fruto, Dora.
A poesia como um todo, de Tonho, me encantou, e o poema "grávida", nossa... tão pleno.
salve a Árvore!
bjsss
, dora trouxe poeta tonho. poeta de blues com doce flauta. bom conhecer novos olhares...
, abraços meus, aos 2!
Ô Dorita... Danadinho esse Tonho, né? Acho que a poesia, é o espírito; que permeia todas as coisas da vida - e o poema, é a foto, dum instante capturado pela teia-pensamento do poeta. E o poeta, depois de "ordenar" essa teia, nos oferta uma fotografia com paisagens, que muitas vezes não tinhamos percebido - apesar delas terem estado; em estado-bruto, bem diante dos nossos olhos - e o seu Tonho, Dora, é um poeta-lapidador de instantes-poéticos, transformados em poemas-diamantes. ~^ ~^~Abraço^~~ ~^~ ~
"não aspiro à pressa dos prédios e dos homens..."
Dorinha, amore, coisa boa conhecer a poesia do Tonho. Adoro quando sinto o poeta derramado em seus próprios versos, todos eles, como um canto de música conhecida, mas que emociona em um refrão que não se repete. Adorei. Adorei o seu plantio.
Vamo combinar, esta árvore dá frutos deliciosos! Beijos!
Já conhecia a poesia de Tonho França e fiquei bastante feliz em vê-lo homenageado aqui.
Parabéns e beijo a todos os que fazem desse espaço algo gostoso demais da gente visitar e viajar.
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